Raphael Blog
Deixe um comentário nas postagens, dê sua opinião!
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022
Minhas impressões do livro: O general estava nu.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2022
Minhas impressões do livro: O pródigo e o cisne
O livro ‘o pródigo e o cisne’, de H. Martins, não pode ser facilmente definido em algumas palavras, por isso instiga o leitor a criar um juízo de valor acerca de cada personagem dessa narrativa surpreendente. Contudo, a história tem Tadeu como personagem principal, talvez por sua complexa maneira de viver.
Uma estranha convergência em família, torna as diversas micro memórias trazidas em cada página, como um rio que desagua em lugar comum. Por mais complexa que seja a situação vivida pelo personagem principal, o seio familiar parece sempre se destacar de maneira positiva ou não.
Talvez essa seja a chave de uma boa história, a diversidade. Uma mãe zelosa, uma filha distante, casos de traição, a estranha relação com o dinheiro, além de algumas surpresas ao final da obra. Nada pior que a monotonia para matar um apanhado de páginas, mas isso definitivamente não ocorre com esse livro.
Ao debruçar-se sobre essa criação de H. Martins, é incontestável o sentimento misto que aflora afim de dar destinações distintas para a história. Para alguns o desfecho pode parecer perfeito, já para outros pode parecer faltoso em algo (fim piegas ou extraordinário). No entanto, o final parece ser a medida certa de surpresa com pitadas generosas de ironia.
terça-feira, 23 de março de 2021
Minhas impressões do livro: Embrulhe para Presente.
Identificar-se
com uma história, automaticamente, nos prende a ela. Isso possivelmente ocorre
pela singularidade de cada ser humano ao encarar as mais diversas situações ordinárias/
extraordinárias da vida. A intensidade de sentimentos em cada indivíduo é muito
variável, pois a caminhada chamada de vida, constrói uma personalidade única.
Nessa
toada, cada conto aglutinado em Embrulhe para Presente, impacta e
identifica de maneira diversa cada leitor. Portanto, é notório o sentir, tão bem
apresentado pelo escritor Renato Muniz B. Carvalho.
Cabe
destacar a formosura da simplicidade na capa da obra, que evidencia o bom gosto
no que diz respeito a artes desse tipo. Tal fato pode ser interpretado como uma
analogia das histórias elencadas, já que a vida pode ser vista como uma rosa,
com suas belezas e espinhos.
A
mensagem que leva a uma reflexão pode ser encarada como o verdadeiro presente do
autor, haja vista que ela ocorre constantemente a cada passar de página. Nesse
sentido, a editora Penalux nos presenteia mais uma vez com um livro de
qualidade ímpar, iluminando momentos de cada indivíduo que se rende as suas
incontáveis obras incríveis.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
Minhas impressões do livro: O caderno de Benjamim.
Quando
temos pressa para chegar a um determinado destino, não nos atentamos aos
detalhes do trajeto. Nem sempre o caminho mais curto será o mais belo, mas isso
acaba não importando quando o objetivo não é admirar. Entretanto, ao refletirmos
sobre a vida, percebemos que permanecemos mais no caminho do que no destino,
por isso é tão importante aproveitarmos o percurso.
O
Caderno de Benjamim, obra linda de Edmir Carvalho Bezerra, nos entrega sentido
e sentimento a cada página. Em um gênero que não se amarra a formalidades banais,
uma espécie de “proesia”, onde uma história se mescla as poesias que dão
extrema profundidade a uma bela narrativa.
Ao nos
colocarmos no lugar do solitário senhor Ishiguro, que recebe as visitas do
jovem Benjamim, com o qual compartilha suas experiências de vida, sentimos dor
e amor ao mesmo tempo, algo que só é possível com essa estrutura brilhantemente
criada pelo autor. Em uma pequena aldeia, o imigrante oriental não deixa suas
raízes, por mais que o grande interior da Amazônia possa parecer engolir os que
a adentram.
Diante
desse contexto, a abstração tão comum e inerente a muitos textos poéticos, cai
por terra, dando um norte para as estrofes que seguem. Por isso, a leitura
desse livro é tão prazerosa, pois sentimos que o percurso da vida pode ser
transformado em arte, ao invés de ser apenas mais um compilado de palavras
desconexas.
“Um
livro de poesia que não é poesia”. É assim que ele é descrito em seu bojo,
contudo, pode ser visto como uma obra de arte que reflete a vida de forma poética.
E assim, a editora Penalux consegue, com maestria, trazer ao mercado algo
diferente e de qualidade excepcional.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
Minhas impressões do livro: Roda-Gigante.
Já consumiu
uma sopa extremamente quente? Incialmente se pode até queimar a língua, pois a
alta temperatura impede a degustação do alimento de forma imediata. Mas se, aos
poucos, com a devida paciência, de sopro em sopro esperar mornar, o verdadeiro
sabor aparecerá. Assim se faz a leitura de um livro de poesia, sem pressa, buscando
sentir o sabor do autoconhecimento.
A
poesia está além da mera conjunção de palavras, ela é o extrato da mente do
poeta. Não há como desfrutar de uma obra como “Roda-Gigante”, sem refletir a
cada linha, a cada estrofe. O poeta Rique Ferrári, mostra a essência da vida a
cada inspiração externada em linhas.
O
título tem uma ligação direta com o conteúdo deste belo livro, uma analogia que
nos leva a uma introspecção muito profunda logo de início. Já na ilustração de
capa têm alguns homens em uma roda-gigante, nas mais diferentes idades e alturas
do grande brinquedo. Com isso, abriu em mim um questionamento sobre as mais
diversas fases, de altos e baixos, que enfrentamos no decorrer de nossa
caminhada pela estrada da vida.
Interessante
e muito importante salientar os títulos dos capítulos principais, que são: “Linha
de Partida”, “Linha de chegada” e “Oroboros”. O olhar artístico de Ferrári
sobre o ciclo da vida fica evidente, pois a linha de partida pode ser
representada pelo início da busca pelos nossos sonhos e objetivos, já a linha
de chegada seria a conquista dessas metas, mas quando falamos de oroboros, vem à
tona a imagem insaciável do ser humano que sempre está em busca de algo.
Neste livro,
uma linguagem acessível e tocante são marcas do autor, destacando uma
preocupação em tocar corações com a sua mais bela expressão de arte, não em
jogar páginas fora com erudições vazias e egocêntricas. E como dito
inicialmente, uma obra para ser lida como se come uma sopa quente, aos poucos.
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
Minhas impressões do livro: Desarranjo.
A
sinceridade levada ao extremo pode ser considerada grosseria, mas é a mais pura
essência do ser humano. Lê-la é uma experiência de autoanálise muito interessante,
pois acabamos percebendo o quanto vamos nos emoldurando às convenções sociais
que nos são impostas diariamente.
“Desarranjo”,
livro de Marco Aurélio de Souza, não é uma obra para os fracos de espírito, é
uma torrente de excrementos jogados no ventilador a cada linha.
Esta autobiografia
ficcional é narrada por um personagem que vive diariamente frustrado com as
intempéries da vida, decorrentes de suas frustrações e introspecções críticas
constantes.
Essas
indagações do seu próprio comportamento e dos que estão à sua volta, são tratadas
de maneira muito peculiar, sem papas na língua, sem clichês de um romance
literário típico, e isso, torna “Desarranjo” tão interessante.
Além
do nome do livro fazer alusão aos dejetos excretados pelo ser humano, a capa do
livro mostra um rolo de papel higiênico em seu fim. Tal simbolismo, nem sempre é
analogia à “merda”, mas literalidade.
Entretanto,
as fortes mensagens desta narrativa, são sobre as coisas que deixamos de falar por
educação, ou preguiça de se indispor; dos relacionamentos frustrantes pelos quais
passamos no decorrer da vida; nas escolhas profissionais que, nem sempre,
correspondem aos anseios de realização e lucratividade; entre tantas outras “merdas”
que nos acontecem, além das que deixamos de externar quando confrontados ou
frustrados.
Por
fim, interessante analisar que os recortes realísticos trazidos à tona nessa
história, mostram o quanto o ser humano passa por mudanças de pensamento,
podendo ser considerado até contraditório, incoerente e hipócrita. Mas o que
seria de nós sem o lado ruim/ inverso da vida? Sem isso nunca saberíamos o que
realmente pode ser bom.
Mais uma vez a Editora Penalux acerta em uma publicação, pois ela se mostra extremamente original e envolvente, com o capricho e zelo na formatação/ diagramação que lhe é de praxe.
terça-feira, 3 de novembro de 2020
Minhas impressões do livro: O plano
Nem tudo é o que parece. Por
mais que essa afirmação pareça óbvia, enganar-se é um fato corriqueiro inerente
a condição falha do ser humano. Por isso, uma leitura extremamente libertadora é
aquela que desperta um poder de reflexão, que de forma impactante pode ser constatado
ao ler “O Plano”, livro incrível da escritora Agda Theisen.
O intuito dessa resenha não é
a de trazer um compilado de spoilers sobre a obra acima mencionada, mas a
de externar a incrível sensação de ler um enredo que cresce assustadoramente
durante o desenrolar dos fatos.
Inicialmente é fundamental mencionar
a figura de Zeca, um jovem rapaz com muitos conflitos internos, que acabam por
refletir em sua vida e felicidade. Contudo, seu caráter ilibado o torna um personagem
digno de admiração e identificação. A exemplo disso, o personagem tem uma
carreira acadêmica interrompida na medicina, o que aponta uma série de reflexões
sobre a pressão que muitos sofrem ao escolher um caminho profissional e a cobrança
de se verem felizes nela.
De pronto, ao passar pelas
primeiras páginas, o mistério da morte misteriosa de um homem nos faz ficar
imersos em uma teia de pensamentos em busca de uma resolução plausível. No
entanto, ao descobrirmos, percebemos o quão terrível pode ser a mente
maquiavélica do homem, capaz de comercializar órgãos humanos (pobres e crianças)
em prol de benefício monetário para viabilizar um plano terrível de poder
político.
Infelizmente, os acontecimentos
terríveis contados não são exclusividade de um enredo criativo, são de fatos que
já aconteceram por diversas vezes no decorrer da história da humanidade, como
no período que prevaleceram os absurdos do nazismo, bem como nos casos que
comumente são veiculados na mídia. Despertando assim, a visão crítica de ideologias
políticas que conversem com qualquer tipo de segregação, mostrando que um
pequeno discurso pode reverberar de forma significativa no futuro.
Outra reflexão trazida à baila
pela obra, é a maneira que podemos enfrentar as grandes barreiras das
desigualdades sociais enfrentadas pelo Brasil? Em resposta a esse
questionamento, podemos dizer “todas”, menos aquelas apontadas pelo grande
vilão dessa trama, haja vista que este defendia a morte e exclusão dos “diferentes”
e mais pobres.
A capacidade da autora em criar
toda uma organização do esquema criminoso que permeia a trama é digno de muitas
homenagens. Somente uma mente dotada de muita criatividade e talento poderia
desenvolver um sistema tão elaborado. Além do que, o desfecho não deixa nada a
desejar, haja vista as grandes supresas observadas.
E nessa toada de introspecções,
a mensagem central da obra que fica marcada no íntimo do leitor, ao meu ver, é
a de que devemos optar por fazer a coisa certa sempre, mesmo que ninguém esteja
vendo, mesmo que a consequência inicialmente pareça ruim. O Certo é sempre o
certo a ser feito.
Digno de uma adaptação para
cinema ou série de televisão, “O Plano” é um livro de grande qualidade, que tem
a característica dos bons livros: a de prender o indivíduo do início ao fim.
Portanto, mais uma vez, a Editora Penalux sai na frente com mais essa
publicação de peso em seu acervo.
terça-feira, 18 de agosto de 2020
Minhas impressões do livro: Esta lã de sal
A
poesia é a expressão do conteúdo mais profundo da alma humana. Isso é um fato,
vez que só podemos oferecer ao outro aquilo que temos. No caso desse gênero
literário tão intenso em sentimentos que é a poesia, fica evidente o anseio do
poeta em entregar com intensidade sua mais autêntica expressão de arte.
O mais
belo de uma obra de arte é que ela poder ser vista de diversas formas, seja em
uma pintura abstrata em um museu, em um belo vaso pintado à mão, ou em um livro
de poesias de cunho cristão. Arte é expressão. Com isso, o livro de Luiz
Guilherme Libório Alves da Silva, intitulado de ‘Esta Lã de Sal’, externaliza
com muito talento suas crenças e sentimentos.
Interessante
frisar o estilo de escrita do autor, já que este inicialmente cita
primeiramente um versículo bíblico que é utilizado para a analogia das estrofes
que seguem logo abaixo. Seu domínio gramatical é impecável, despertando
admiração dos amantes da língua portuguesa.
Um
ponto que não poderia ser deixado de lado, tendo em vista sua beleza ímpar, é a
capa do livro. Permeada de um sentimento dramático de perda, vê-se uma ovelha que
parece lamentar a morte de seu jovem filhote, com corvos rodeando essa fatídica
cena. Esta capa é, sem dúvida, digna de emolduração nos mais distintos
ambientes.
Por
fim, acredito que muitos concordem que a beleza se encontra na simplicidade. Em
poucas palavras, os versos de ‘Veremos, Verão’, acabam por evidenciar tal
constatação e levar o leitor a profundas introspecções. Cito:
“Chove
e é verão.
Vejo o
romper dos raios pela janela
Luzindo
seus ramos de trigo na noite.
Minha
pequena
Missão
é esta:
Ser
poeta”.
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
Minhas impressões do livro: Marcados pela luta
Quanta
dor a alma de um ser humano é capaz de suportar? A necessidade diária de se levantar
e, mesmo sem vontade, ter que prosseguir, é chamada por muitos de resiliência. Contudo,
nomenclaturas são tão irrelevantes quando a necessidade e a dor imposta pela
vida não deixam outra alternativa a não ser seguir, não se sabe se em frente,
mas seguir o duro caminho que é viver.
Uma
obra extremamente tocante, dolorosa e realista, assim defino em poucas palavras
o magnífico livro “Marcados pela Luta”, de Marcos Zanon. Que consegue
sintetizar com maestria a nobre arte de transformar em palavras o espetáculo da
vida humana. Sensível ao ponto de não dar uma personalidade clichê a um
personagem, construindo no decorrer dos capítulos a justificativa dos moldes do
caráter cada um.
Se
emocionar a cada página é inevitável, trazendo reflexões profundas sobre os
fatos que nos levam a ser quem somos. Inicialmente, vemos a figura de um avô
rígido com seu neto, mas o homem cansado por uma vida carregada de muito
trabalho e sofrimento, apenas queria evitar o mesmo destino para o pequeno
neto. Quando é narrada a dura infância desse senhor em uma miserável vida de
abusos, fome e privações, repensamos suas atitudes e começamos a nos colocar em
seu lugar. Talvez seja isso que falte nos dias atuais, mais empatia pelo próximo.
Algo
que mexe com a estabilidade emocional do leitor são as perdas de entes queridos,
seja pela morte, seja em vida. No primeiro caso, a dor causada pelo falecimento
é acentuada quando pais lamentam, quase em gemidos, a partida daquele filho que
tanto desgosto lhes deu. A companheira de tantos anos que repentinamente deixa
esse mundo. Aquele avô companheiro, e que no último dia de vida, lhe dá um
abraço como se soubesse de sua hora.
No que
tange a perda em vida, pode se vislumbrar o processo de amadurecimento que todo
ser humano passa na adolescência, onde se está disposto a loucuras por um amor,
que muita das vezes, só existe no mundo platônico das ideias. Outro caso de
perda em vida, é a valorização de quem tudo fez pelo outro, mas que só foi
percebido quando já era tarde demais. Portanto, reflexões profundas se edificam
a frente daqueles que se debruçam sobre essa obra tão ímpar.
E por
fim, algumas lições podem ser extraídas dessa história, como: o ser humano tem
um limite que deve ser respeitado, mesmo com a vida sendo marcada por tantas adversidades;
e de que cada pessoa carrega consigo uma trajetória que deve ser levada
em consideração, como base de uma sociedade plural em pensamentos e opiniões.
terça-feira, 21 de julho de 2020
Minhas impressões do livro: Histórias do velho
domingo, 12 de julho de 2020
Minhas impressões do livro: A mulher que proclamou a república
terça-feira, 12 de maio de 2020
Minhas impressões do livro: O chão de outra casa
domingo, 3 de maio de 2020
Minhas impressões do livro: Pergamináceo
domingo, 26 de abril de 2020
Minhas impressões do livro: Penumbrosa
quarta-feira, 11 de março de 2020
Minhas impressões do livro: Fera Ferida
sábado, 7 de março de 2020
Minhas impressões do livro: A ilha de um homem só
O título 'A Ilha de um Homem só', pode ser compreendido logo de cara, quando nos deparamos com seus enredos poéticos que conversam com nossa alma. Portanto, entendi que a criação de Antunes, representa o nosso próprio eu, onde cada experiência de vida é sentida de forma única e exclusiva, pois não há como delegarmos sentimentos, talvez até tentemos, mas cada um carrega experiências intrínsecas.
Cunhei um termo para descrever aqueles capítulos que conversam com o nosso íntimo, como capítulos de autoidentificação. O que apenas ratifica e evidencia a oportunidade sensorial única proporcionada nessa leitura.
Ilustrando toda essa experiência mencionada logo acima, lhes trago parte do texto 'Banal', o qual me conquistou, fazendo esse se tornar meu livro de cabeceira:
"...Colecionei sabedorias, fiz serenata para as solidões, transbordei-me em jeito de rio, chorei riachos, interpretei verdades que não são colhidas em todas as estações. Senti vontades de ser mar. Tornei-me aconchego de praça. Sabe, eu acostumava pensar que somente existir era algo muito banal. Aí, deixei de existir e me tornei poesia".
Contudo, como uma sopa quente, essa leitura deve ser apreciada vagarosamente, já que esses textos nos remetem a episódios pessoais, mostrando-nos realidades, o que enxergo ser primordial, porque conhecer a si mesmo é poder.
Definitivamente, esse não é um livro que ficará guardado em uma prateleira, poderá ser revisitado de tempos em tempos para o deleite de seus leitores. A editora Penalux, acertou mais uma vez ao inserir essa obra em seu quadro de produtos.