sábado, 7 de março de 2020

Minhas impressões do livro: A ilha de um homem só

Sinto-me completamente encabulado ao expor minhas opiniões sobre esta obra fenomenal, pois a junção harmoniosa das palavras nela contidas, é para mim, uma das mais belas da literatura brasileira, irrepreensível. Guilherme Antunes, autor desse livro que é uma máquina de impactar corações, é acima de tudo, uma alma evoluída, haja vista que só se tem uma percepção apurada sobre as poesias da vida, do cotidiano, pessoas que transcenderam a prisão da rotina e dos pensamentos pré-programados. 

O título 'A Ilha de um Homem só', pode ser compreendido logo de cara, quando nos deparamos com seus enredos poéticos que conversam com nossa alma. Portanto, entendi que a criação de Antunes, representa o nosso próprio eu, onde cada experiência de vida é sentida de forma única e exclusiva, pois não há como delegarmos sentimentos, talvez até tentemos, mas cada um carrega experiências intrínsecas. 


Cunhei um termo para descrever aqueles capítulos que conversam com o nosso íntimo, como capítulos de autoidentificação. O que apenas ratifica e evidencia a oportunidade sensorial única proporcionada nessa leitura. 


Ilustrando toda essa experiência mencionada logo acima, lhes trago parte do texto 'Banal', o qual me conquistou, fazendo esse se tornar meu livro de cabeceira:
"...Colecionei sabedorias, fiz serenata para as solidões, transbordei-me em jeito de rio, chorei riachos, interpretei verdades que não são colhidas em todas as estações. Senti vontades de ser mar. Tornei-me aconchego de praça. Sabe, eu acostumava pensar que somente existir era algo muito banal. Aí, deixei de existir e me tornei poesia".


Contudo, como uma sopa quente, essa leitura deve ser apreciada vagarosamente, já que esses textos nos remetem a episódios pessoais, mostrando-nos realidades, o que enxergo ser primordial, porque conhecer a si mesmo é poder. 


Definitivamente, esse não é um livro que ficará guardado em uma prateleira, poderá ser revisitado de tempos em tempos para o deleite de seus leitores. A editora Penalux, acertou mais uma vez ao inserir essa obra em seu quadro de produtos.

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