quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Minhas impressões do livro: O caderno de Benjamim.

Quando temos pressa para chegar a um determinado destino, não nos atentamos aos detalhes do trajeto. Nem sempre o caminho mais curto será o mais belo, mas isso acaba não importando quando o objetivo não é admirar. Entretanto, ao refletirmos sobre a vida, percebemos que permanecemos mais no caminho do que no destino, por isso é tão importante aproveitarmos o percurso.

O Caderno de Benjamim, obra linda de Edmir Carvalho Bezerra, nos entrega sentido e sentimento a cada página. Em um gênero que não se amarra a formalidades banais, uma espécie de “proesia”, onde uma história se mescla as poesias que dão extrema profundidade a uma bela narrativa.

Ao nos colocarmos no lugar do solitário senhor Ishiguro, que recebe as visitas do jovem Benjamim, com o qual compartilha suas experiências de vida, sentimos dor e amor ao mesmo tempo, algo que só é possível com essa estrutura brilhantemente criada pelo autor. Em uma pequena aldeia, o imigrante oriental não deixa suas raízes, por mais que o grande interior da Amazônia possa parecer engolir os que a adentram.

Diante desse contexto, a abstração tão comum e inerente a muitos textos poéticos, cai por terra, dando um norte para as estrofes que seguem. Por isso, a leitura desse livro é tão prazerosa, pois sentimos que o percurso da vida pode ser transformado em arte, ao invés de ser apenas mais um compilado de palavras desconexas.

“Um livro de poesia que não é poesia”. É assim que ele é descrito em seu bojo, contudo, pode ser visto como uma obra de arte que reflete a vida de forma poética. E assim, a editora Penalux consegue, com maestria, trazer ao mercado algo diferente e de qualidade excepcional.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário