Quando
temos pressa para chegar a um determinado destino, não nos atentamos aos
detalhes do trajeto. Nem sempre o caminho mais curto será o mais belo, mas isso
acaba não importando quando o objetivo não é admirar. Entretanto, ao refletirmos
sobre a vida, percebemos que permanecemos mais no caminho do que no destino,
por isso é tão importante aproveitarmos o percurso.
O
Caderno de Benjamim, obra linda de Edmir Carvalho Bezerra, nos entrega sentido
e sentimento a cada página. Em um gênero que não se amarra a formalidades banais,
uma espécie de “proesia”, onde uma história se mescla as poesias que dão
extrema profundidade a uma bela narrativa.
Ao nos
colocarmos no lugar do solitário senhor Ishiguro, que recebe as visitas do
jovem Benjamim, com o qual compartilha suas experiências de vida, sentimos dor
e amor ao mesmo tempo, algo que só é possível com essa estrutura brilhantemente
criada pelo autor. Em uma pequena aldeia, o imigrante oriental não deixa suas
raízes, por mais que o grande interior da Amazônia possa parecer engolir os que
a adentram.
Diante
desse contexto, a abstração tão comum e inerente a muitos textos poéticos, cai
por terra, dando um norte para as estrofes que seguem. Por isso, a leitura
desse livro é tão prazerosa, pois sentimos que o percurso da vida pode ser
transformado em arte, ao invés de ser apenas mais um compilado de palavras
desconexas.
“Um
livro de poesia que não é poesia”. É assim que ele é descrito em seu bojo,
contudo, pode ser visto como uma obra de arte que reflete a vida de forma poética.
E assim, a editora Penalux consegue, com maestria, trazer ao mercado algo
diferente e de qualidade excepcional.
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