domingo, 19 de janeiro de 2020

Minhas impressões do livro: Observadores de Formigas

Observar formigas, abelhas, insetos em geral, nos mostra a grande semelhança entre nós, seres humanos, e esses pequenos seres viventes que se organizam por instinto natural. Óbvio que há diferença pela questão cognitiva, nosso livre arbítrio, mas na essência a semelhança é gritante, tendo em vista que no ciclo da vida, todos nascemos, crescemos, reproduzimo-nos, envelhecemos e morremos. Essa amarração principiológica é interessante e necessária, antes de se adentrar as especificidades desta obra linda chamada de ‘Observadores de Formigas’, do exímio escritor Glauber Vieira Ferreira.

Essa obra é construída com dezenas de minicontos, os quais relatam o comum comportamento humano em seus diversos anseios existenciais. É inerente a cada ser humano sentimentos e comportamentos, como o do humor, tristeza, raiva, medo, etc., talvez seja isso o que nos faz tão parecidos uns aos outros, mesmo com tantas diferenças sociais e culturais.

Há uma inteligência muito interessante por detrás da construção desse livro, pois não foi apenas um apanhado de histórias aleatórias, muito pelo contrário. Como já mencionado, a similaridade de sentimentos externalizada nas páginas o faz ficar mais atrativo, pois acredito que essa identificação atrai ainda mais a atenção do leitor. Outro ponto que destaca a expertise do escritor nessa construção, é a cronologia das histórias, que sem dúvida as une mesmo com suas distinções.

Cheguei à conclusão de que cada miniconto pode ser tratado como um “gatilho” na imaginação humana, com a tarefa de tirar o leitor de sua zona de conforto, o fazendo viajar na vastidão dos seus pensamentos ilimitados. Não existe um enredo pronto, prolixo, mastigado com início, meio e fim, mas o estopim para cria-lo.

Um comentário:

  1. Maravilha, fico feliz com sua boa percepção sobre a obra!

    De fato, cada miniconto funciona mesmo como um gatilho.

    ResponderExcluir