Observar
formigas, abelhas, insetos em geral, nos mostra a grande semelhança entre nós,
seres humanos, e esses pequenos seres viventes que se organizam por instinto
natural. Óbvio que há diferença pela questão cognitiva, nosso livre arbítrio,
mas na essência a semelhança é gritante, tendo em vista que no ciclo da vida,
todos nascemos, crescemos, reproduzimo-nos, envelhecemos e morremos. Essa amarração
principiológica é interessante e necessária, antes de se adentrar as
especificidades desta obra linda chamada de ‘Observadores de Formigas’, do exímio
escritor Glauber Vieira Ferreira.
Essa
obra é construída com dezenas de minicontos, os quais relatam o comum comportamento
humano em seus diversos anseios existenciais. É inerente a cada ser humano
sentimentos e comportamentos, como o do humor, tristeza, raiva, medo, etc.,
talvez seja isso o que nos faz tão parecidos uns aos outros, mesmo com tantas
diferenças sociais e culturais.
Há uma
inteligência muito interessante por detrás da construção desse livro, pois não
foi apenas um apanhado de histórias aleatórias, muito pelo contrário. Como já mencionado,
a similaridade de sentimentos externalizada nas páginas o faz ficar mais atrativo,
pois acredito que essa identificação atrai ainda mais a atenção do leitor. Outro
ponto que destaca a expertise do escritor nessa construção, é a cronologia das
histórias, que sem dúvida as une mesmo com suas distinções.
Cheguei
à conclusão de que cada miniconto pode ser tratado como um “gatilho” na
imaginação humana, com a tarefa de tirar o leitor de sua zona de conforto, o
fazendo viajar na vastidão dos seus pensamentos ilimitados. Não existe um
enredo pronto, prolixo, mastigado com início, meio e fim, mas o estopim para cria-lo.
Maravilha, fico feliz com sua boa percepção sobre a obra!
ResponderExcluirDe fato, cada miniconto funciona mesmo como um gatilho.