terça-feira, 12 de maio de 2020

Minhas impressões do livro: O chão de outra casa


A vida é um acontecimento ímpar experienciado por cada ser neste planeta. Mas quando nos referimos a vida humana, um concatenado de fatores são adicionados a essa singularidade de existência, como: amar, odiar, perder, ganhar, sofrer, sorrir... E isso torna a vida tão interessante de ser observada, inclusive, pelas páginas de um livro.  

‘O Chão de Outra Casa’, escrito por Edgar Costa Neto, mostra um constante entrelace de vidas, seja pelo envolvimento direto ou indireto de pessoas, seja pelo paradoxo criado durante a história, através da narrativa de uma escritora, que tenta externalizar seus sentimentos através de sua obra.

Casamentos desgastados e o surgimento de antigos amores. Traições justificadas pelo tratamento indiferente e monótono de relacionamentos frustrantes. Das coincidências causadas pelo destino. Do passado que reflete o futuro mais do que imaginamos. A guerra de egos feridos. Enfim, uma obra focada no ser comum, mas de enredo fenomenal.

Rodrigo e Renata sustentam um casamento sem tesão, amor, empatia. Pedro, alguém perdido interiormente, talvez em busca de outra pessoa que o cuide como sua mãe, encontra Renata, sua velha amiga com quem acaba tendo um caso. Esta por sua vez, se separa de seu marido para viver essa aventura. Rodrigo, materialista e superficial busca preencher um vazio existencial na boa forma física e no dinheiro. Já o pai de Renata, Moacir, casado com uma mulher doente, em estado vegetativo, vive o dilema de suas necessidades fisiológicas.

Concomitante ao citado acima, um artifício extremamente interessante e inteligente utilizado pelo autor, foi o sistema de transição temporal de um parágrafo a outro. É como se estivéssemos revisitando a memória de alguém. Com isso, a diversidade dos personagens e o tráfego destes em tempos diferentes, fortalece os traços de personalidade, mas desconstrói conceitos que concebemos antes do desfecho.

Mais que um livro, é uma experiência. A cada página que passa é como uma novela que surge em nossa mente, provocando vários questionamentos morais e éticos, mostrando a vida como ela é.

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