terça-feira, 21 de julho de 2020

Minhas impressões do livro: Histórias do velho

A infância é uma época que nos lembramos com muito carinho, pois as histórias que ouvimos nesse período tinham um sabor muito diferente. Acredito que seja pela pureza do coração que recebe todo tipo de informação sem questionar, permitindo uma melhor fluidez na absorção de cada evento. Essa amarração inicial é necessária, visto que a obra que será ilustrada logo mais adiante, se trata de uma série de contos magníficos, contados por um "velho". Sim, um "velho" contador de histórias, que encanta as crianças ao seu redor com relatos das mais incríveis experiências que jura ter vivido. 

O que torna esse livro tão envolvente é a maneira que a narrativa nos é apresentada, fugindo do modo convencional em que um compilado de contos são aglutinados em um livro. Em 'Histórias do Velho', temos a figura desse senhor misterioso que consegue conquistar o interesse dos jovens por suas incríveis e inacreditáveis histórias. Interessante observar a reação dos infantes após ouvirem o relato do senhor, bem como a expectativa deles sobre o próximo, fazendo com que esse livro de contos se torne uma única história, mesmo com episódios tão diferentes a cada capítulo.

Em um conto incrível acontece algo muito interessante conosco. Nos indagamos se acontecimentos sobrenaturais afligiram cruelmente uma mulher, ou se tudo não seria fruto da sua mente perturbada pela esquizofrenia. Fato é que, o terror junto aos requintes de crueldade, tornam essa parte assustadora, independentemente da fonte, seja mental ou espiritual. Com isso, o leitor se prende ao texto, percorrendo os olhos pelas páginas, em busca de algum detalhe que fundamente uma linha de raciocínio criada no decorrer dos fatos. 

Indispensável mencionar a capacidade que Müller Barone, autor do livro, tem na construção de seus personagens. Como é o caso da história das Gárgulas, em que toda uma fundamentação histórica foi criada para impactar o leitor no momento de seu desfecho. Fundamental apontar a linda mensagem que fica subentendida, sobre quem nos tornamos quando guardamos tantas coisas ruins vindas de outrem. Tal maneira de escrever reforça que boas histórias não precisam ser necessariamente prolixas.

Portanto, é muito prudente ter essa linda obra por perto, seja em uma viagem, na cama antes de dormir, em uma rede ao relaxar, ou em qualquer outro lugar destinado a leitura. Esse livro tem a capacidade de nos transportar para longe, mesmo em um momento de mobilidade restrita. Mais uma vez a editora Penalux conseguiu publicar uma preciosidade literária, o que já é sua especialidade.

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