Acredito
que as primeiras sensações vindas a mim durante a leitura de “O Alfaiate”,
foram de admiração por uma escrita precisa, clara e sem qualquer tipo de
prolixidade, no entanto, o peso do enredo se fez presente. Um serial killer de
crianças e uma seita secreta que abusava de menores, faz com que o coração do
leitor se aperte demasiadamente, liberando repulsa e tristeza a cada página, além
da curiosidade que é aguçada a todo momento para que se descubra quem é o algoz
dessa trama. Essa leitura nos marca de várias formas como será demonstrado mais
adiante.
O
personagem central é um jornalista chamado Diogo, que carregava o peso de ter
descoberto há vinte anos uma seita secreta que realizava rituais com menores,
mas o comunicador não conseguira provar suas descobertas, e com isso, teve sérias
complicações além do descrédito.
Depois
deste ocorrido, muitos anos mais tarde, começa a receber em seu aparelho celular,
mensagens de um serial killer de crianças, indicando o local onde deixara suas
vítimas. Requintes de crueldade eram cometidos, fazendo da leitura uma
atividade extremamente pesada, o que não tira o desejo do leitor prosseguir,
sendo inegável o talento do escritor em nos amarrar à sua obra.
Uma seita
repleta de membros da alta sociedade santista, inclusive da classe política,
torna a leitura interessante, pois no decorrer das linhas há uma mescla com acontecimentos
reais, como a prisão do ex-presidente e o atentado à faca do atual chefe do
poder executivo federal. Essa mistura torna o livro mais atraente em termos de
trama, nos aproximando mais dos acontecimentos.
E por fim,
toda a ação do livro para desmantelar a seita e descobrir o assassino, nos
deixa completamente eletrizados. Mas ao final, somos surpreendidos com o
resultado, pois a organização secreta é descoberta e desfeita, com a prisão e
morte de parte de seus membros. Contudo, a identidade do assassino em série
ainda é uma incógnita, por mais que monstros tenham sido pegos e descobertos, a
história não fechava completamente. Foi quando o radialista encaixa as peças e
descobre que o namorado de um dos membros da seita havia sido abusado sexualmente,
quando criança, pelos integrantes da associação.
Leonardo,
a vítima quando criança, se tornou o assassino. Tudo isso para trazer “justiça”
e desfazer as maldades do grupo secreto. O rapaz era claramente um psicopata,
extraindo crianças do cativeiro da seita e as matando de maneira cruel, com o
intuito de incriminar o já criminoso conluio secreto que o abusara na infância.
Este é
um livro muito bem escrito, de uma qualidade técnica impecável. Sendo que, não poderia
deixar de mencionar o capricho na edição, porque a cada capítulo novo, há no
topo da página uma citação de um grande pensador das mais diversas épocas da
história da humanidade. André Taka conseguiu um admirador, pois confeccionou
uma verdadeira obra de arte.
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