quarta-feira, 11 de março de 2020

Minhas impressões do livro: Fera Ferida


Como é bom ler poemas, talvez seja por dois motivos inseparáveis. O primeiro seria que, através dos poemas, enxergamos a “nudez” da alma do poeta, e por conseguinte, esse desprendimento nos causa a sensação de liberdade que buscamos constantemente, nem que seja em nosso subconsciente. Mas estas são apenas impressões, minhas impressões.

Maya Viana, uma autora/ leoa, ruge aos quatro ventos sua brilhante criação intitulada de ‘Fera Ferida’. Digo isso, pois ao iniciar essa leitura, somos tomados pela força de uma escrita genialmente elaborada, com junções perfeitas, capazes de nos transportar até o íntimo de alguém que grita com o desejo de exprimir todos os seus anseios.

Como amante da literatura, dizer que julgo um livro pela capa seria, no mínimo imprudente de minha parte, mas no bom sentido posso dizer que julguei este livro e não me arrependo. A mistura abstrata de laranja intenso com o amarelo em seu revestimento, dá aquela percepção de fogo, brilho, luz, intensidade, o que diz muito sobre o conteúdo. Já seu interior, existem algumas páginas vermelhas com desenhos de uma garra, que pude interpretar como a força e ferocidade na qual a escritora traz à tona sua alma por meio das palavras.

Peço a licença e tomo a liberdade de citar o poema descrito na página 61, pelo simples motivo de ter me colocado em estado de reflexão/ introspecção por longos minutos. Além de ter me emocionado ao perceber a simplicidade e sensibilidade na utilização de analogia, que deu força descomunal a estes versos. Cito:

“Como um animal ferido deveria me recolher
Lamber as feridas e com o piscar de olhos
A cicatriz surgiria o pelo cobriria e eu
Ao nascer do sol sairia em busca de outra cicatriz
Afinal parece-me que é para isso
E somente isso que vivemos
Para lamber as feridas e cobri-las
Com algum pelo que nos cabe”.

Parabenizo a editora Penalux, pela incrível capacidade de publicar livros tão relevantes ao cenário nacional da literatura. Compilados de poemas como este, nos faz ricos, muito ricos, ricos de cultura.

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