‘A
Substância Brown’ é uma obra que compila um total de quinze contos, escritos
pelo artista Alberto Lacet. Indispensável se faz salientar de que este é um
livro para ser devorado como uma sopa quente, aos poucos, visto que o alto grau
de erudição do autor nos leva de forma certeira a refletir através das palavras
escolhidas de forma sábia e algumas vezes propositalmente ambígua.
O objetivo
da resenha em tela não é ser prolixa e enfadonha, por isso não terá um resumo de
todos os contos constantes nesse livro, que por sinal consegue ser extremamente
charmoso com sua capa e diagramação. Mas o cerne das impressões expostas no
blog é de mostrar o quanto Lacet consegue ser multifacetado em suas criações.
Pode-se
dizer que a cada página lida, a sensação é de que estamos em um curta-metragem,
em uma sala de cinema que reproduz filmes nacionais. Um choque de realidade
sempre acaba ocorrendo, a exemplo de quando nos deparamos com histórias de
poder paralelo, como se vê logo no primeiro conto, onde uma disputa de terras
entre pessoas poderosas acaba em morte depois de uma emboscada muito bem
elaborada.
No que
tange ao ambiente de cada história, fica muito fácil de se localizar devido a
riqueza de detalhes que a sutileza da escrita proporciona a cada palavra. Como
no conto que é citado na parte traseira da capa, ‘O Céu na Terra’, que não é
preciso dizer diretamente que se trata do sertão nordestino, pois o sentimento transmitido
é de ser transportado até este lugar.
Essa
compilação de contos não pode ser chamada de clichê, muito menos de algo com
uma simples compreensão. No entanto, existe muita beleza e poesia em sua
complexidade, como no conto que dá origem ao nome do livro, contendo algumas citações
de outras obras que nos abre o “apetite” para a busca de mais conhecimento.
A
riqueza de palavras e detalhes remete ao leitor, clássicos como os de Jules
Verne, que sempre prezou por levar a todos à uma viagem mental, prospera das
mais diversas possibilidades. Só uma editora como a Penalux, para ter a
sensibilidade de compartilhar com o mundo preciosidades como estas.
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