terça-feira, 13 de agosto de 2019

Minhas impressões do livro: Mil mortes & outras histórias


‘Mil mortes & outras histórias’, é uma obra que compila quatro contos selecionados de forma incrível pela editora Penalux, do grande e aclamado escritor Jack London.
Antes de mencionar cada uma dessas narrativas, cabe expressar o quão satisfeito fiquei com essa leitura, uma vez que cada linha te amarra à outra de uma forma quase que sobrenatural, seja pela curiosidade em descobrir o que irá acontecer nos atos seguintes, seja pelos sentimentos de raiva, angústia e ansiedade, proporcionados por London e sua imaginação extremamente rica.
Já de cara, inicio com a primeira história trazida no livro, diga-se de passagem, a que mais gostei. Essa conta a vida de um rapaz que saiu de casa muito cedo para viver sua vida e suas experiências bem longe dos seus. Muitos anos depois, reencontra seu pai de uma forma muito inesperada, descobrindo que o mesmo esconde um lado obscuro e torturador. É um texto um tanto quanto pesado, cheio de experimentos científicos antiéticos e torturas. O enredo desconstrói certos conceitos e possibilidades criadas em nossa cabeça para o final, que brilhantemente, Jack London escreveu, principalmente para os amantes de uma boa vingança.
Logo a seguir, não há a figura do horror propriamente dita, mas uma história que mostra a rivalidade doentia entre dois irmãos, levada a mais grave das consequências. Nesse ínterim temos a figura de um amigo em comum dos dois irmãos, na qual tudo é contada do ponto de vista dele. Acredito que o ponto forte é a ciência e ficção trazida, como a capacidade de ser invisível.
Confesso que a terceira me deixou decepcionado, não pela qualidade da história, que é excelente, mas pelo quanto conseguimos imaginar quem cada personagem poderia desenvolver em um livro próprio. Nesse pedaço temos o mistério de um homem que não podia casar com uma bela jovem, e, por isso, começou a ser perseguido pelo pai falecido da menina. Essa descoberta se deu pelas sessões com uma espécie de tabua ouija, que se comunicava com o além. Os acontecimentos são, no mínimo, angustiantes.
Por fim, que tratar da última história, digna de um filme de Hollywood. Um homem perdido em uma ilha desconhecida do homem branco até então, que se torna palco de desespero, dor e fascínio desse viajante. Os nativos extremamente cruéis e um misterioso “ser” temido por todos na ilha, fazem-nos imaginar superproduções cinematográficas para essa criação estupenda do escritor.
Como alude o título do livro, as mortes estão presentes em todas as quatro histórias, das formas mais variadas e inesperadas, por isso recomendo essa obra tão veementemente.

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