domingo, 17 de fevereiro de 2019

Minhas impressões do livro: Adroaldo, de Majestosa.


 A genialidade de alguns autores deve ser enaltecida, principalmente a dos nacionais, que escrevem com tanta maestria essas obras que são dignas de premiações e todos os tipos de reconhecimento.

Acho que sou um leitor do tipo que se sente órfão quando termina de ler uma obra. Então escrevo minhas impressões sobre essa, com o coração apertado, ainda disposto a ler páginas e páginas sobre esse personagem tão cativante, criado por Eduardo Sens.

Uma república jovem, ainda se adaptando a nova forma de governo instaurada, buscando a estabilidade em seus estados aglutinados, sob uma suposta ameaça separatista no sul do país. Esse era o quadro político, do então: Estados Unidos do Brasil.

De outro lado, temos em paralelo a história de um jovem jornalista, já na contemporaneidade fazendo o levantamento dos acontecimentos que transcorrem no livro. O que não torna o enredo prolixo, pelo contrário, enriquecendo mais ainda com cada detalhe. Indo da narração inteligente na sala de espera de um órgão público, até a invasão de um cemitério com a violação de sepultura.

O personagem principal me cativou sobremaneira, mas acho que sou suspeito, uma vez que sou um acadêmico desse mundo das leis. Adroaldo, um jovem jurista nordestino, cheio de sonhos e muita paixão por sua atividade laboral, foi designado pelo Presidente de Estado a ser Promotor de Justiça, na cidade de Majestosa, no extremo sul do país. Sua inteligência era notável, ao mesmo tempo que sua inocência nesse início de carreira. A paixão pelos livros de romance investigativo, mostra a fonte de boa parte de sua personalidade.

A pequena e organizada cidade de colonização alemã, surpreende o recém-chegado promotor, seja por suas belas casas, índice zero de analfabetismo, união da população, bem como a particularidade de cada um de seus moradores. O intendente, Juiz, delegado, empregada, lavradores, etc. Todos em uma junção harmoniosa, corroborando para o bom andamento das pequenas histórias ocorridas a cada diferente capítulo.

Mas nem tudo são flores, pois como toda boa história, não poderia faltar na vida de um jovem promotor, amante de bons livros, a paixão por uma bibliotecária. Paixão esta que, ao meu ver, era platônica, criada no mundo das ideias do jovem jurista. O que não torna menos dolorosa com os acontecimentos que se desenrolam na trama.

O último capítulo foi arrebatador, pois há a desconstrução de conceitos criados, o que é bom, pois foge do convencional. Mas a possibilidade de um segundo livro fica aberta e fácil de se vislumbrar com o desfecho deste.

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*Ao autor, quero expressar toda minha admiração. Conquistou mais um fã. 
Por fim, quero agradecer muito a editora Penalux, pois livros marcam nossas vidas e nos tornam pessoas melhores. Seus títulos só me confirmam o excelente bom gosto pela literatura dos que compõem a equipe. 
Desejo que nossa parceria perdure por muito tempo!



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