Minhas impressões do livro: Orion, o filho das trevas.

      Iniciando minha leitura, me deparo com um ambiente escolar frequentado, em sua maioria, por jovens ricos. Um de seus alunos é Fábio, um menino de origem simples, bolsista nesta renomada instituição. Percebemos uma gama de valores éticos e morais que esse menino carrega, mas sem deixar de lado os impulsos que os jovens do ensino médio cometem. De início, nada demais, alguns valentões, patricinhas, aqueles que sofrem bullyng, paixões não correspondidas... Enfim, uma escola. Ninguém, repito, ninguém imagina o que o livro tem guardado, simplesmente ao ler suas páginas iniciais. Recomendo a todos que persistam na leitura, pois inicialmente o livro contextualiza toda a história com romances, valentões vingativos, patricinhas enjoativas, o que pode soar um pouco clichê.  

      Acontecimentos inesperados viram a vida do jovem Fábio, de ponta cabeça. A perda do pai em um acidente é o estopim para uma onda de fatos inusitados. Sua desolação diante de tal fato faz com que ele seda a um pacto com o diabo. A maneira com que o filho das trevas envolve Fábio, demonstra o quão ficamos vulneráveis diante de situações em que estamos fragilizados, seja pela dor da perda ou qualquer outro sentimento de frustração ou impotência. Todo pacto tem um preço e esse não seria diferente, agora o jovem estudante vira um morto vivo, um vampiro. Não se chamando mais Fábio, mas agora atendendo pelo nome de Orion.

                É claro que com poderes sobrenaturais o novo vampiro só pensa em uma coisa, saciar sua sede de vingança. Rodrigo Kilzer, o autor desta obra, consegue com maestria nos situar sobre todos os locais dos acontecimentos de cada cena. Além de não se ater a aspectos comuns de vampiros que todos já conhecemos, essa trama conta com viagens astrais, almas penadas e muito mais. O escritor sai da zona de conforto, enriquecendo a história com paixões antigas, a luta interior de Orion, entre o bem e o mal; além daqueles pequenos detalhes que impedem o enredo de seguir uma única linha.

                Os personagens secundários são de fundamental importância, são cheios de personalidade, e assim como o principal, também crescem exponencialmente durante todo o percurso. Com eles, aprendemos que não podemos julgar uma pessoa pela aparência e nem pelo que ouvimos dizer sobre elas, pois na realidade não sabemos pelo que elas passam ou já passaram na vida.

                Obviamente não contarei o final do livro, porém posso afirmar que haverá uma segunda obra pelo menos, pois aquele gostinho de quero mais fica altamente aguçado, além de algumas pontas soltas não se fecharem, o que causa uma reflexão por horas após a leitura. Recomendo a todos que gostam do tema vampiro, pactos com o além ou vida após a morte. Apesar de me parecer que inicialmente o público alvo sejam os adolescentes, indico também para os mais velhos, pois essa é uma leitura intrigante e envolvente.


*** Para mim, é um prazer indescritível ter uma parceria com um autor, dono de uma mente tão brilhante e fluida como, Rodrigo Kilzer.

(Postei em meu perfil Skoob: Raphael Prestes)