Há um fato inegável na sociedade
contemporânea de que cada vez mais os crimes são cometidos por jovens menores
de idade. Muitos políticos movidos por uma parcela da população se esforçam
para promover a redução da maioridade penal de dezoito anos para dezesseis anos
de idade. Seria esse tipo de punição a solução para este grande problema que
assola o país?
Tendo em vista que as unidades carcerárias estão abarrotadas de
pessoas sem julgamento, pois as instituições incumbidas de tal estão saturadas
de pilhas e mais pilhas de processos. Podemos observar a falta de estrutura do
Estado para o encarceramento de infratores, e que muita das vezes por este
fato, ocorrem as rebeliões que causam a
morte de detentos e funcionários . Percebe-se que o comportamento criminoso de
muitos jovens é devido a uma educação marginalizada das ruas, de outros que
também fizeram parte deste sistema onde o mais velho induz o mais novo a atos
ilícitos.
Em muitos casos a criação dada por pais sem estrutura psicológica,
financeira e ética, resulta em menores inconsequentes e perigosos. Há muitos
casos onde os pais são viciados em drogas e a família dos mesmos não dão nenhum
tipo de apoio, resultando em crianças abandonadas, sem princípios e valores. É certo que há uma revolta popular
ao saber que outrem foi vítima de um
menor através de um assalto, furto, assassinato e etc. Mas o que dificilmente é
compreendido são os fatores que o levam a cometer tais atos. A moral é uma
questão de valores individuais, construída dia após dia por tutores imbuídos de
um comportamento adequado aos padrões ou não, ou seja, aquilo que para muitos
seria um comportamento inaceitável, para esses jovens é apenas uma questão de
sobrevivência e cultura.
Antes de pensar em redução da maioridade penal se faz necessário
o desafogamento do sistema jurídico brasileiro, com a contratação de novos magistrados e a
criação de medidas sócio educativas nas prisões, como trabalho, cursos, acesso
ao ensino regular e a readequação de toda estrutura física. A educação em ensino integral nas escolas públicas retiraria
esses jovens das ruas. Como no ensino norte americano onde os jovens saem do
ensino médio indicados para uma universidade, formando assim cidadãos prontos a
serem úteis para um país mais justo e igualitário. É contestável a eficácia de métodos como por exemplo: Distribuir dinheiro aos mais carentes (bolsa família) como um meio de
mudar o país. Investindo maciçamente em educação, infraestrutura prisional
e no judiciário poderiam sim, mudar esta realidade, pois simplesmente prender
um jovem infrator sem atacar de fato as raízes que o levaram ao crime, é pura inépcia.
Raphael J. Prestes
Raphael J. Prestes
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