quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Obesidade/ Bariátrica: vença a ignorância!

     Prometi a mim mesmo que não tocaria nesse assunto, mas percebi que se faz necessário, pois muitas pessoas têm um pensamento errôneo sobre obesidade e cirurgia bariátrica.
No Cadastro Internacional de Doenças 10, de classificação E66 (CID 10- E66), desde 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS), reconhece a obesidade como doença. No caso do Brasil, chegando em quarto lugar no ranking mundial de obesos, perdendo somente para os Estados Unidos da América, China e Rússia.
     Além de todos os problemas físicos provenientes do aumento de peso, existem os problemas psicológicos, como a depressão. A psique de uma pessoa que porta essa doença, muita das vezes é completamente abalada, pois a sociedade em sua completa ignorância segrega aquele que é diferente (não precisamos mencionar que não é só com gordos que isso acontece), fazendo com que a pessoa afetada entre em um ciclo-vicioso ainda pior, pois no momento em que ela consome alimentos com alto teor calórico, o organismo libera um hormônio chamado Serotonina, provocando uma grande sensação de bem-estar, talvez a única de seu dia.
     Por isso, com o passar do tempo a medicina vem se aprimorando em técnicas para vencer esse mal que assola a sociedade moderna. A cirurgia bariátrica, por exemplo, é utilizada em último caso, quando dietas e medicações não surtem os efeitos desejados. É feito todo um acompanhamento pré e pós-cirúrgico com uma equipe multidisciplinar, composta por cirurgião, psicólogo, nutricionista, endocrinologista, cardiologista, etc. Há aquelas pessoas que pensam: “depois da cirurgia fica fácil emagrecer”. Mas estão redondamente enganadas, pois há uma luta ferrenha para se alcançar as metas tão almejadas; luta por conta da dor que se sente nos primeiros dias; luta, pois existe uma série de alimentos que não podem mais ser ingeridos, pois causam o horrível dumping (síndrome que causa falta de ar, desmaio e fraqueza); luta por conta do efeito platô, que é uma resistência do organismo em perder peso, sendo necessário o hábito de muito exercício físico diário; luta por conta da fraqueza sentida diariamente e algumas vezes repentinamente, fazendo o paciente ter que tomar vitaminas pelo resto da sua vida; entre várias outras complicações não mencionadas aqui.
     Poderia escrever sobre obesidade e suas consequências, sobre bariátrica e suas consequências por muito mais linhas, porém a mensagem que tenho o anseio de trazer, é que a ignorância traz o preconceito e o preconceito traz dor. Busque conhecimento, não se atrele simplesmente aos “achismos” seus ou de outros. Estenda a mão, seja mais humano. Antes de falar mal de um obeso, dobre a língua, dobre seu preconceito.

Raphael Prestes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário